Vera Lyn Poeta
A arte é Divina, é a salvação. A arte nos poe mais perto de Deus. v.l.p
quarta-feira, maio 10, 2017
terça-feira, maio 09, 2017
Monte Castelo
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrario a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria
composição/adaptação: Renato Russo - "Legião Urbana"
segunda-feira, maio 08, 2017
Eis a minha serenidade. Eis apenas meus olhos em movimento. Meu corpo está dormindo, pois já são meia noite e vinte e cinco dessa madrugada. Eis o tédio. Em tempo tudo há de escurecer. Tomei uma lua inteira. Ela já está a adormecer meus membros, posso sentir a serenidade. Meus olhos estão caindo: pálpebra à pálpebra. Colarão feitos dois corpos exaustos de tanto amar. Selarão sem promessa do amanhecer.
Eis a minha serenidade: eu tomo uma lua ou duas luas e adormeço sem perceber. Assim, também, é a morte.
Vera Lyn Poeta
sábado, maio 06, 2017
Amar! - Florbela Espanca
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
____Florbela Espanca___
-Vera Lyn Poeta
sexta-feira, maio 05, 2017
Preciso fugir para algum lugar fora da vida
Preciso fugir para algum lugar fora da vida,
fora da morte,
fora do céu,
fora do inferno,
fora da humanidade,
fora do mundo, fora de mim mesmo; do meu eu por dentro - também.
O puto que me fez, já se foi faz tempo. Incapacitado de ser meu tutor e exemplo,
escafedeu-se. Matou-se embriagado de covardia.
Perdi-me em sua linhagem fétida à álcool e nicotina. Suas musicas boemias, cantadas em balcões de bares sujos, em troca de cachaças e fumos. Velho idiota, quem foi o outro puto que te pariu?
Nem pra pegar putas nas esquinas, serviu!
Preciso fugir para um lugar que flutue e exista boa respiração. Que haja muito ar puro a brisar.
Pensei em meus pulmões...
Sei não. Mas meus pulmões estão em chamas nesse instante. Eu os sinto como vulcões em erupção. Tenho ferimentos nas entradas das narinas, fato, febre interna.
Faz frio. Hoje não tem o sol, apenas nuvens.
Estou escrevendo da prisão onde vivo em excesso de liberdade. Fica detrás dos enormes muros que mandei construir para me prender.
Aqui, eu posso andar de cabeça para baixo. Posso comer formigas, assim como fazem os tamanduás.
Vera Lyn Poeta
fora da morte,
fora do céu,
fora do inferno,
fora da humanidade,
fora do mundo, fora de mim mesmo; do meu eu por dentro - também.
O puto que me fez, já se foi faz tempo. Incapacitado de ser meu tutor e exemplo,
escafedeu-se. Matou-se embriagado de covardia.
Perdi-me em sua linhagem fétida à álcool e nicotina. Suas musicas boemias, cantadas em balcões de bares sujos, em troca de cachaças e fumos. Velho idiota, quem foi o outro puto que te pariu?
Nem pra pegar putas nas esquinas, serviu!
Preciso fugir para um lugar que flutue e exista boa respiração. Que haja muito ar puro a brisar.
Pensei em meus pulmões...
Sei não. Mas meus pulmões estão em chamas nesse instante. Eu os sinto como vulcões em erupção. Tenho ferimentos nas entradas das narinas, fato, febre interna.
Faz frio. Hoje não tem o sol, apenas nuvens.
Estou escrevendo da prisão onde vivo em excesso de liberdade. Fica detrás dos enormes muros que mandei construir para me prender.
Aqui, eu posso andar de cabeça para baixo. Posso comer formigas, assim como fazem os tamanduás.
Vera Lyn Poeta
Meu corpo ancorado noutra vida - dentro desta.
Segui, pelas ruas de minhas angustias.
Cheguei a pensar que não valeria o penar.
Quantas vezes tombei? Não sei!
Me perdi. Fiquei zonza; acuada num canto escuro;
de solidão ardendo.
Mas existe àquela força sobre humana,
Que age secreta e envolvente.
Forte como o fogo.
Brabas ondas de maré a ressuscitar terras novas;
enxurradas de sentimentos amadurecidos.
Os poemas são minha cura.
Onde em silêncio incorporo infinitos.
Que invadem meus segredos a descreverem -
litorâneos de Deus.
Emergir o corpo expelindo faíscas de vida, levantado pela alma;
Corpo ancorado noutra vida - dentro desta.
Alma em marfim. Alma que transporta. Sigo.
Meus surtos, meus choros de amor e ódio, meus olhos envoltos por marcas de expressão falam por mim.
quinta-feira, maio 04, 2017
Ah se eu pudesse
Ah se eu pudesse viver de brisas
Só da brisa que o vento leve traz.
Ah se eu pudesse morar dentro dos poemas,
acomodada no berço que nos poemas há.
Jogar-me aos passos em mutualidade do revoar leve, livre, solto
duma bailarina que nos poemas, há.
Ah se eu pudesse,
esquivar-me ao Arcanjo falastrão,
Que me arranca do mutismo,
incumbindo-me à missão,
do amor semear.....ao virgem clarão da terra no chão
Onde também, pisará o tolo e o presunçoso,
com seus pobres bordões em cinzas
em suas vãs tentativas,
de me alienar e arrastar.
Ah se eu pudesse ser brisas leves, livres,
soltas ao vento,
lento dengo estendida sobre teus braços,
sorrindo feliz, e seus lábios beijar....a minha boca na tua voz
suspirando amar.
Profunda dor
Tantas dores, nesse exato milésimo de segundo, ecoam pelo mundo. Essa profunda dor que estou sentindo, é somente mais uma daquelas dores que sangram.
Ceguei-me às palavras de amor ouvidas. Adentrei de corpo e alma, aos castelos construídos no imediatismo.
Entendo que tudo era apenas um belo e puro sonho. Por isso sangro agora. Não se é permissivo esmagar sonhos como se matam baratas. Pisando sobre, e retorcendo a ponta dos pés até sobrar fagulhas; restos nauseantes.
A poesia e eu somos apenas uma só alma. Mas eu não sei amar....
Quando amo chego ao grau da loucura. Salto à velocidade, em fuga, na minha própria liberdade.
Sinto pavor do desamor. Sinto angustia da traição. A traição me lança de volta ao inferno fumegante da minha mente transtornada.
Penso na frase impactante da escritora diva Clarice Lispector: "Acredito que pessoas aprendem com os próprios erros e com o tempo. Acredito também que quem traiu uma vez e foi perdoado vai trair de novo." - Paro de chorar, vou tomar meu café dessa manhã nublada.
Vera Lyn Poeta
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