Vera Lyn Poeta
A arte é Divina, é a salvação. A arte nos poe mais perto de Deus. v.l.p
domingo, abril 30, 2017
Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser...
Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhece; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!!
Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência. E você... O que pensa disso?
Que desafio, hein?
"... Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la..."
- Clarice, em "Perto do Coração Selvagem"
__ Vera Lyn Poeta
Bem, mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa-vivo. Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita ainda não era. E então aconteceu: do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim. Eu queria, ah como eu queria. E não havia jeito de obtê-la. Se o jardineiro estivesse por ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém. E as janelas, por causa do sol, estavam de venezianas fechadas. Era uma rua onde não passavam bondes e raro era o carro que aparecia. No meio do meu silêncio e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la até sentir a vista escura de tanta tonteira de perfume...."
__Clarice Lispector - em: Felicidade Clandestina, "Cem anos de perdão"
sexta-feira, abril 28, 2017
Subiremos incansáveis todos os degraus. Não os degraus de quando nascituros. Menos ainda o posterior. Mas sim, aqueles degraus que nos porá frente a frente do auto conhecimento. Uma forma exata de acessarmos o nosso potencial criativo, mergulhadores de alma que somos.
Acredito na verdade, na essência, na paz e no amor. E eu acredito nessa terceira dimensão, porque é nela que eu existo, insisto, e me inspiro.
Caio Fernando Abreu descreve Clarice Lispector
"Quem conheceu Clarice sabe: ela não era mesmo muito deste mundo. Até hoje lembro de um encontro que tivemos em Porto Alegre, em 1975. Ela – que quase não falava, fumava muito e suportava pouco as pessoas – me convidou para um café na Rua da Praia. Fomos. Silêncio denso, lispectoriano. No balcão do bar, por trás da fumaça do cigarro e com aquele sotaque estranhíssimo, de repente ela perguntou: “Como é mesmo o nome desta cidade?” E estava em Porto Alegre há três dias..."
< Caio Fernando Abreu >
por: Vera Lyn Poeta
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