Quando crianças ocupamos o barco dos sonhos, seguindo ao céu infinito na certeza de tocarmos sua lua, suas estrelas navegantes de nuvens. Os anjos? Como sabe-los senão te-los tão perto, ah!
Entre o nascimento, vida e morte, existe o tédio. O vago. Os percalços. As ilusões. Os enganos. A violência. A rejeição. A humilhação da desigualdade. As mentiras em desamor. Existe o horror.
O que há de belo se perde em meio a carnificina desumana.
Um dia já bem cansados, apeamos do barco dos sonhos, e aportamos o barco da profunda tristeza. Retornamos ao oceano dos sonhos, agora, calejados pelas amarguras entristecidos e assustados. Medrados de pavor ao ser humano. Estamos perplexos e insanos de tanto desamor vividos.
"Em frente a todo vapor!" - Gritamos ao timoneiro invisível,
rumando aos céus infinito novamente.
E desta vez, apostando na ideia de que a morte venha de súbito, apagando essa vida de repente.
Minha alma está ferida.
_____ Vera Lyn Poeta