Já não me sinto sozinha.
As mãos que me guiam, me libertam e eu vou.
Me absolve aos delitos que por algum tempo
corromperam o amor,
Cegaram meu coração em negras nuvens,
E as angustias soam agora,
Como intensos gritos de liberdade, e eu vou.
Cada passo uma reflexão e mais um dia; um
dia por vez.
As mãos que me guiam instrui-me.
Chegam em cantos de libertação e vem do
cosmo, eu sei.
Eis a essência do amor que Deus cravou em
minhas células.
"Enquanto me calei, meus ossos se consumiam,
o dia todo rugindo, porque dia e noite a tua
mão pesava sobre mim." -Salmo 32 -.
Preciso do amor-amar, como dependo do ar e da água
para viver.
Minhas células giram em picos excessivos ao
encontro da fidelidade e da justiça.
Preciso continuar alimentando todo esse
sentimento renovado,
essa memória restabelecida.
As vezes, tudo se torna uma questão de tempo.
E sei que a paciência traz mais frutos que a força.
Preciso doar-me por todas essas manhãs de quando
desperto da noite bem dormida.
Sem os fantasmas que me fizeram avenidas;
longas estradas sem fim.......
Salvos eternos ao amor e a poesia, que não se deixaram
corromper em minha "ausência", naquele meu tempo jogado à fraqueza
humana.