Vera Lyn Poeta

A arte é Divina, é a salvação. A arte nos poe mais perto de Deus. v.l.p

segunda-feira, setembro 24, 2018

Minha alma está ferida

Quando crianças ocupamos o barco dos sonhos, seguindo ao céu infinito na certeza de tocarmos sua lua, suas estrelas navegantes de nuvens. Os anjos? Como sabe-los senão te-los tão perto, ah!
Entre o nascimento, vida e morte, existe o tédio. O vago. Os percalços. As ilusões. Os enganos. A violência. A rejeição. A humilhação da desigualdade. As mentiras em desamor. Existe o horror.

O que há de belo se perde em meio a carnificina desumana.

Um dia já bem cansados, apeamos do barco dos sonhos, e aportamos o barco da profunda tristeza. Retornamos ao oceano dos sonhos, agora, calejados pelas amarguras entristecidos e assustados. Medrados de pavor ao ser humano. Estamos perplexos e insanos de tanto desamor vividos. 
"Em frente a todo vapor!" - Gritamos ao timoneiro invisível, 
rumando aos céus infinito novamente. 
E desta vez, apostando na ideia de que a morte venha de súbito, apagando essa vida de repente.
Minha alma está ferida.

_____ Vera Lyn Poeta

Poeminha

Nos braços da poesia minha vida se inspira.
Nos braços da solidão me vejo acompanhada, a dois, eu diria.
Nos ternos braços da alma (quanta doçura tem a alma!), minha vida acalma.
Nos temerosos braços da melancolia, eu sou poesia.
Vera Lyn Poeta

sexta-feira, setembro 21, 2018

Presença - Mário Quintana

 
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

______ Mario Quintana.

quinta-feira, setembro 20, 2018

  
O quarto iluminado pelo clarão da lua. Leve brisa suavizando o calor que me ardia. Seus olhos fechando e sua boca colando na minha. Tudo era instante. Sumimos para dentro um do outro. Perdi a força enquanto você, sedento, me engolia. Chorei de tanto amor e prazer; como uiva a loba se não há lua. 💓🌜🌛
____________ Vera Lyn Poeta