Aqui, sem os cabelos
sem os olhos,
sem o nariz
sem a língua
sem os lábios
sem as orelhas
sem os peitos, pênis, vagina, anus; sem bunda.
Aqui, sem os sonhos,
sem a fé, esperança, sem objetivos
sem vaidades, sem ansiedades,
sem desejos, movimentos, adrenalina.
Aqui, sem nexo, sem sexo; nem homem ou mulher,
apenas a estrutura corroída daquilo que um dia,
fora vida.
Aqui, onde os vermes almoçaram, jantaram,
e em forma de agradecimento, cagaram.
Há tempos eu não saio às ruas a encantar.
Também, não fico esperando a morte chegar. Ela virá. No dia dela, ela virá.
Enquanto isso, crio poemas e os recito por toda a minha vida.
Ontem, vimos uma pequena mariposa, de asinhas cor branca, realçada no lilás. Era era tão linda, pequenina, suave, frágil......