Vera Lyn Poeta

A arte é Divina, é a salvação. A arte nos poe mais perto de Deus. v.l.p

segunda-feira, setembro 27, 2010

Primavera ! Venha a nós o vosso reino !!




nesse tempo,
estaremos mais perto
de Deus!



foto:anneguedes.




Onde está a espada que empunhei ontem, aqui ?
Por onde anda meus pensamentos ?
E porque o coração está tão disperso;
em displicência ?

Dispensou, bem mais tarde,
A lua dessa madrugada;
Inquieto, absorto, desprendido....
Escorregou vagar ao amanhecer,
Que não é só mais um domingo:

_Olha a Primavera ! - apontou, ele -

Entendo! Não deveremos seguir aos homens de mãos 
SEM primaveras!!

Oh doce melancôlia há nessa obra prima de Deus!
Das quatro estações, A Primavera;
E'le desenhou; à mão coloriu, emoldurou e, presenteou!



Há no poeta, deslanches em lacunas,
Onde as espadas rendem-se
Ao enlaçe solidário que descrevem os corações;
às suas emoções......


Na primavera o universo se acresce;
-Muito além do que se vê e parece....Vastidão!

Espionamos então, a natureza ora nua,
Se vestindo, se pintando;
Adornando-se com folhas e flores, em seus braçinhos
de paús;
Tão tenros, frescos e vivos como Anjos!!!

Cheiro bom de terra molhada!
Chuva caindo fina, apaziguada!
Coração dengoso,
Suas digitais pela primavera, espalhandooooooo

Quieta,
Só,
Sinto emoção!

quinta-feira, setembro 23, 2010

Sou aquilo que não se prende!



















 vera l.poeta

Sou aquilo que não se prende!
Aquilo que as vezes se retraí, mas não se rende.
Que encara a injustiça com os músculos contraindo
 involuntariamente;
Vai lá e arma a maior discussão!

Eu sou o calo sem os sapatos de muitos orgulhos
 quebrados (segredos)!
Eu sou alguém que acredita "Que qualquer amor é um 
pouco de saúde, um descanso na loucura!

Mas também, que uma família é fundamental e,
 é o ponto de partida!
Alguém que vê o preconceito como um armamento
falido da hipocrísia,
Já que o mundo globalizou e, agora pode!

Sou aquela que vê filhos alicerçados bem direcionados
e,
Outros na difícil missão de serem pais de sua própria
genética,
Abandonandos à educação.

Sou aquela que acredita que ao procurar o eixo,
Mesmo sem casa ou o bando;
O barranco estará úmido porque Deus havera de ter
 passado ali!
Alguém que crê, justo os tempos de exclusão e abandono
é que nos trarão a chave da liberdade!

Sou aquela que vê a traição como uma faca de dois gumes:
Um acerta o alvo;
O outro degola o próprio traidor!

E que uma noite apenas de bom sono e reflexão,
Basta que acorde o outro dia, vázio de angústias.

Penso no Amor e em sua imutável ação;
Pedi a Deus que me desse direção (àquele dia).
E'le deu! E no caminho estavam as ferramentas que
 moveriam, de novo, a minha vida.


Nada poderá nos subtrair ao que somos.
Nem os próprios descaminhos.
O que somos, seremos para sempre!
Penso em Raul Seixas: "Estou sempre pensando em
'aparar o cabelo' de alguém / tentando mudar a direção
do trem".


De poeta a boana, um passo!
As vezes  gosto de engolir tubarões!
Preciso ver as pessoas bem mais fortes.
Mais consistentes; sólidas em suas dimensões.


Abraçemos mais esta primavera! Que nos conduza.
O céu irá molhar o chão...
Carlos Drummond de Andrade disse:
"O tempo é minha matéria / O tempo presente / Os homens
presentes / A vida presente."



Feliz primavera.

VeraLynPoeta.

quarta-feira, setembro 22, 2010

Até que surja à Real Liberdade !!!




"Como pode alguém entrar
  na casa de um homem forte
  e roubar os seus haveres sem    
  antes não o tiver amarrado?"
          -Mateus 12:29-






Pode ser que ainda me sustente
Num pedaço de alicerce,
Num pedaço de esperança,
Num pedaço de percepção,
compreensão,
entendimento........


Pode ser que meu coração, mal acostumado,
Ainda se desfaça diante da injustiça;
recue, e
Se lance ao canto solitário dos umbrais que nos guarda!


Pode ser que relações instáveis; aparentes necessárias,
Ainda me leve a escafunchar uma parte cinza
do passado, 
Para que seja formalizado em nova compreensão.

Pode ser que o pedaço de desequilíbrio,
Seja gerado, pelo fato de QUERER entender os problemas,
Ao invés de soprá-los; apagá-los;
Tentar enterrá-los, sabendo que deverão ressurgirem mais 
fortes e tentadores......

Pode ser que sustente hoje, ao pedaço de cada entendimento
que faço sobrê tudo.

Mas sei que esses pedaços, firmaram-se entre sí;
Fizeram-se em raiz.
Se tornaram o principio da continuada renovação!
Já não é mais o começo de novo, e de novo, e....

Pode ser que isso me assuste !!!
É como se o ponto de partida, estivesse à frente do que possa
me enfraquecer...
E os pedaços,
Nada mais é do que minha consciência, me desviando de arranhões
que possam vir a bloquear à saída....

Penso em Deus e nessa força que gera!
Tudo deixa de ser teorias em papos cabeças ou morbidas
expectativas fugazes.
Preciso escrever sobre isso e constatar.

"Como pode alguém entrar na casa de um homem forte
  e roubar seus haveres sem antes não o tiver amarrado ?"
                              -Mateus 12:29-

O Amor é a cura.
O Amor nos devolve em autoestima e humildades.
A autoestima nos torna fortes sem desamar;
Mesmo havendo necessárias renúncias.

Moderar TUDO, Todo dia,
a todo instante e momento.
Até que surja a real liberdade e,
Possa tocar as flôres sem se ferir aos espinhos!

segunda-feira, setembro 20, 2010

Pólux e Ophelia - A arte do amor


Despertei-me com dois personagens em total frenesi pela minha mente.
Chamei-os Pólux e Ophelia. Coloquei-os em cena, para que possam
ter suas vidas esclarecidas.

Estamos em uma arena. Pessoas passam a procura de emoções. 
Vão se aglomerando ao redor da arena:
 _O que acontece aqui ?

_Não sabemos! Também estamos no aguardo.

De repente, surge Ophelia.
Não a descreverei fisicamente, porque Ophelia pode ser qualquer pessoa em estado de paixão.

Docemente, Ophélia caminha apagando qualquer som de seus passos deslizantes.
Pólux permanece em pé e de costas. Está entristecido com seu grande, imenso e único amor.

_Vira-te para mim e ouça-me Pólux! - diz Ophelia.

Pólux não resiste aquele sopro de voz doce e meigo, exalante em brisas de manhãs..

E com os olhos em nevoeiro e manso, cruza aos belos olhos de Ophélia, obedecendo em rigor, seu rito.
Ophelia desce em sua fragilidade, ajoelhando.
Pólux, hipnotizado pelo instante a segue em olhar terno.

_Pólux grande amor, cole teu peito ao meu peito. Preciso-os na exata dimensão.
Para que pulsem num só ritmo os nossos corações.

Tendo em visão nítida a imersão desses dois corações penetrados, ponho-me delirante, e prossigo.
A multidão aplaude,  ri e chora na emoção....
Estou trêmula, quase desfeita, dando luz a sonhos gerados pela noite que se findou.

Corro até o poema "Guardo-te como selo sobre meu peito", nascido, creio,
a pedido dos ainda, embriões, Pólux e Ophelia.
Preciso de tópicos para a fala de Ophelia. Estou chorando dentro de meu silencioso mundo.
Ali, ajoelhados, abraçados em olhos mergulhados na mesma direção, Ophelia recita
seu imenso amor a Pólux:

"Ama-me ao silencio de seus pensamentos.
  Ama-me ao hálito morno, em doces sussurros de desejos confessos que escorrem de tua boca.
  Ama-me ao teu caminhar; sentar e levantar, ir ou ficar.
  Ama-me Pólux, dos súbitos surtos - instantes de loucura-, a redenção serena do meu corpo trêmulo, largado sobre o teu corpo.
  Ama-me afim de não deixar que escape, o pólen que flutua ao vento
 cola em minha pele e deverá adoçar os lábios teus!
  Ama-me dos sonhos que guardam-me em poesias, a realidade difícil de meus dias.
  Guardo-te como selo sobre meus peitos!
  Minha boca te espera sem ruídos......

Pólux, toma sua amada pelo seu frágil e despedaçado corpo de emoção.
Abraça-a em choro manso.
Suas lágrimas escorrem aos ombros de Ophélia se fazendo mar.

Só então, seus olhares se cruzam perpetuando assim, e em luz, aquele beijo...
Pólux encosta seus lábio aos lábios de Ophelia, que em rio caudaloso, une esses
corações apaixonados em longo beijo, que não deverá terminar nunca !
É esta a resposta de Pólux ao seu único amor, Ophélia.
É a vida imitando a arte.