Muros de Ferro !

Muitas vezes ao nos sentirmos enfadonhos,
Damos um desculpa qualquer, seguidas por tapinhas
nas vestes desarrumadas, esboçamos um meio sorriso - amarelo e,
Saimos segurando a tristeza, que pesa!

Tudo isso, para não dizer que estamos cansados;
Cansados, saturados; cheios de tudo!

Cheios de tentarmos a prontidão da esperança em meio à tanto vázio;
Sentimentos floreados à derreterem....

Que vagam de rosto em rosto - sisudos,
Apto, prontos a sugarem tua alma;
Entrarem dentro de ti e esvaziarem de vez, todos os teus sonhos!

A impressão que fica é de um cerco; um muro de ferro, porque aninhar
dores é preciso - viver parece não ter sentido?! Ou, existe uma certa
incoerência em dizer: "Olha, eu estou cansado, mas muito cansado, mesmo!"

VeraLynPoeta

Solidão

 somos, naturalmente, sós.

As vêzes abro minha memória em extrema profundidade, e sinto que sempre

amei a solidão. Mas esse tipo de solidão, intensa mesmo!

Posso ver, claramente, que nunca estive nos lugares por onde brinquei minha

sagrada infância!

Muito menos pelos lugares barulhentos de minha juventude, junto aos amigos.

Gostava de voltar; voltar sempre, sózinha.

De falar com meu pensamentos. Queria criar coisas a todo instante, com

minhas mãos  refletindo sempre, e tinha certeza, que jamais, alguém do "planeta"

que eu habitava, me entenderia, caso dispunha a falar...

Meus pensamentos nunca estavam no mesmo lugar que eu. Minha mente

sempre fôra furtiva; asada, corrediça, estradeira; mundo - que não conhecia.

Gosto de tempo nublado, do silêncio cinza que faz nesse tempo nublado.

Quando sou pega por uma profunda tristeza, me sinto livre; e quando sou

livre, me sinto viva.

E não é paz que procuro, mesmo porque o mundo está insano. Procuro por

mim mesma. Sabendo que hoje, me encontro dentro do meu próprio mundo;

o mundo fantástico da poesia! Onde posso ser eu mesma, sem precisar dar

sinais de alegrias que quase não existem.....nem quero, mais!

Entrei pelas vias de minhas artérias, encontrei meu DNA na poesia. Falar do

amor, descrevê-lo e sentí-lo; trazê-lo a meu favor; dividí-lo, apresentá-lo em

suas únicas vestes: A essência traduzida na única forma de ser eu mesma.

Simplesmente, poeta; jamais outra coisas qualquer. Isso me define. Isso me

apazigua à vida que até então, não entendia....e, nem  porquê, levitava sentada!

Hoje, me sinto bem, num mundo que as vezes, aparenta sem ninguém.........

costume!

VeraLynpoeta

Anjos Negros

 

 

 

 

 

 Aquela mulher tem a aparência de quem viveu a duras penas;
Penou por amor!

Arrancou de seu ventre, uma penca de filhos;
Gerados pelo acaso da ocasião.
Sem amor resguardado, sem afetos; somente cio em desejos.

Nasceram cambaleantes;
Nenhum igual o outro - só o sangue!

Cada um tentando nascer outra vez!
Seguiram lascando suas testas em postes.....Tentando acordarem;
Ver onde estavam. Tocando e sentido-se a cada um, por sí mesmos;
Querendo nascer, outra vez!

veraLynpoeta.

O tempo, sorrindo para mim!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pela infância, enquanto vozes infantís desembestavam-se
- dos decíbeis em berros - à murmúrios solitários,
Eu pensava sózinha: " Preciso sumir daqui!"
E de braços abertos,
Saia voando a engolir luas.
Esculpindo-me em nuvens.
Tingindo-me em estrelas.
Para logo mais, evaporar-me em sóis!
Seria o tempo sorrindo para mim?!

veralynpoeta

Desço, nesta estação.......... Primavera!

 

 

 

 

 

A primavera, traz-me emoções em olhos de espírito.
Onde no transceder,
Extraio TUDO que deverá abrigar-me, e ao AMOR infinito.
Espaços em tons violetas -
Da terra ao céu,
Para que se abriguem em silos - as flores!

Quero o cheiro.
Quero a silhueta.
Vou ver a aura da vida,
Verei, sim!

Desde essa manhã,
O silvo da brisa que flutua minha pele;
Eu o tenho sintido pelos pôros....
Toco minha tez, entre meus olhos,
Há energia transbordando em ebulição....

veralynpoeta.