Depressão, escapei com vida!

Escapei da depressão com vida, graças à Deus! Quase, não  'enxergo mais - toda desavença.....que ficou para trás.

Ando respirando aliviada. É, como se tivesse nascido outra vez.
Quase tudo, já posso. Quase tudo, já enfrento, indo à luta.
E a base disso tudo, foi a fé e a vontade de viver.

Apesar de tudo, não consegui sentir ódio. Tudo que conseguia sentir, seria incontrolável,  profunda e incalculável, tristeza;
Seguida de solavancos físicos; uma ventania fria, em pleno sol de 35 graus.

Sensação de abandono; tristeza essa que te despe, e você sabe que está nú de alma.

A depressão é uma tortura. É uma velocidade sem sair do lugar.

Chorei, pelos próximos mil anos. São chôros repentinos e incontidos.

Hoje, tenho a convicção de que a depressão é uma doença sorrateira, e silenciosa.

Sem tempo de contê-la, caimos num abismo. 

Ao tocar nesse assunto, minhas pernas amolecem e os lábios se contraem.

Mas é preciso estar em alerta. É preciso encarar esse mal de frente.

Saber que esse mal, é o mal do século, e  há de se fazer vigilias.

Muitas pessoas se suicidam por não encontrarem à saida... Pedia sempre à Deus, que me levasse, logo....Mas jamais pensei em atentar contra minha própria vida. Não quis pensar nessa ação, como à saida.

Sabia ênes de casos, através de noticiários.  Assim, vi amigos, vizinhos, conhecidos -

partindo, desnecessáriamente....

Sofri muito,  por cada um deles.  O que fica na cabeça, são perguntas: "porquê?" .."porque?"..       

Fui, me contento. Fui, correndo; indo prá um não sei onde..Mas ia, todos os dias em que o pânico e o medo que gera-se do nada, tomava conta de mim.

Corri,  o tanto de quilometros 'precisos'; pelas ciclovias, pelo bairro e suas adjacências....Afundei, estradas.

Olhar no espelho e ver uma imagem distorcida; olhar perdido, e a mente criando absurdos, à revelia, à todo vapor; falando por mim....

Larguei, TUDOOOOOOOOOO!

Disse: "Chega de bancar a fortaleza, o aço, a inquebrável, a 'faz-tudo-, a heroina...a idiota, melhor dizendo!

Fui, tratar essa doença. Ao todo, senti os primeiros sintomas de cura através da Literatura (que sempre amei), onde me joguei de cabeça; corpo inteiro. Fui ter com gente inteligente; gente boa e que aposta na luz que tem no fim do túnel. Aposta num futuro, mesmo não sabido.
Essa gente que  fala em linguagem de UNIVERSO, ao invés do EU.
Lógico, sem desdizer nada nem ninguém, porque PRECISAMOS nos conhecer...
Fiz um diário e passei a anotar cada gesto, cada angustia, cada felicidade e súbitas tristezas.

Ao todo, quinze brabos anos de pura euforia crônica. Extraindo três, desses anos, que posso dizer:  "estou mesmo, viva."

Impús, limites. Vivo no limite. Só o ultrapasso quando dos poemas...(riso).

Insisto, é preciso acreditar, ter vontade, estar perto de Deus; abrir mão das vaidades físicas.....

Ter com a natureza... desse encontro, se extrai respostas significativas. E cada dia, será mais um dia, apenas.

É longa a caminhada, mas abençoada, nessa busca em paciência.

Paciência; todo dia, muita paciência. Os dias nos reconstrói.

Paciência, fé na vida que a própria vida nos levanta!

Vera Lyn Poeta