Não me arranquem dos sonhos.
Meus olhos estão despertos e o coração em latejo.
Deixem que eu sonhe até sustentáculo da nobre
realidade,
definhe o todo, pouco a pouco, de vez.
Para que tamanho mundo onde devo guardar-me a
pesadelos em suas dores que ainda virão?!
Diminuam o mundo.
Fechem as comportas da minha louca realidade.
Destruam os degraus dos sonhos que meus sentidos
sobem e descem todos os dias.
Sonhos desde a sabida infância. Bem antes do beabá.
Na precisa renascença.
Sonhos de olhinhos fixos e úmidos; corridos a longas
estradas sem fim.
Criança de sonhos que guardou tudo em segredo.
Explodindo em metáforas sem o saber
Vulcão expelindo lavas em fogo de solidão.
Alimentando ao ninar pelos
bonecas rígidas e mudas, frias e sem vida.
Preciso cuidar do amor e da dor devoradora.
Infindo olhos que não apagam à alma e nem a mente,
Luzeiros.