Então todos se assustaram ... ohhhh .....quando no portão,
Amira saíra.
Descalça, desengonçada, descabelada...
Lentes escuras, para evitar-lhe o sol que aos olhos ardiam.
Amira, onde você estava ? - uma das alcoviteiras, lhe indaga.
Dentro do caldeirão fervente. Onde almas penadas se fermentam!
Oh você, Amira! Uma mulher tão bonita e inteligente, jovem ainda....
O que faz nessa gaiola perdendo os prazeres da vida?!
Se lhe responder à altura,
Inimiga nos tornaremos, querida!
Mas já estão lhe insinuando "A Louca Amira!"
Dizem: _ Cuidem-se, ali vive uma louca......
tititi, tititi, tititi....
Fetidez! responde-lhe Amira! _ Nauseabundos;
escórias metálicas!
Amira adentra a gaiola. Quero dizer, o portão.
Há muito Amira assumira a si mesma,
o difícil caminhar a discernidão....
Mas os que a alcovitagem não sabia,
era que Amira a Pablo Neruda, ouvira:
"Todos os caminhos conduzem ao mesmo objetivo:
Comunicar ao mundo o que somos.
Devemos atravessar a solidão e a dificuldade
o isolamento e o silêncio, a fim de chegar ao local
encantado."
E dentro de si, Amira se reconstruía,
compactava; opressões desobstruíam.
Sabendo que somente Deus em seu abraço dengoso,
se quisesse, a desequilibraria.
_Poeta, porque as pessoas são tão insatisfeitas, com a alheia vida?
Observe Poeta, o barulho à seu decibel as descompensam.
O silêncio em seu decibel silencioso, as atormentam!!!
_É, Amira! A humanidade assim caminha,
procurando a tal felicidade,
Sem sequer semear uma só semente em suas realidades
um tanto vazias!